BR-163 serve de exemplo para o Brasil

Ed. nº 83 – Julho

Uso de asfalto reciclado é adotado em obras públicas do país

A Engenharia da Rota do Oeste está dando exemplo para o Brasil com o uso do asfalto que conta com o reaproveitamento do RAP. A tecnologia foi estudada por 2 anos e desde outubro de 2020 o material é utilizado na recuperação do trecho sob concessão da BR-163, que foi a primeira rodovia do país a receber esse tipo de material.

Agora, o as obras realizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT) também vão empregar o material, conforme determinação da Resolução 14 publicada em julho. Segundo o documento, todos os projetos de engenharia de restauração, adequação de capacidade e ampliação de obras viárias do DNIT deverão incluir o reaproveitamento do RAP eventualmente produzido no empreendimento.

Especificamente para o uso no trecho sob concessão da BR-163, a Rota do Oeste desenvolveu a pesquisa “Aproveitamento de Resíduos de Pavimentos Asfálticos (RAP) em regiões de alta temperatura e tráfego pesado”, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e com a anuência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O trabalho foi idealizado pelo coordenador de Engenharia, Rheno Tormin, responsável pela pesquisa.

Pesquisador do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), o professor José Leomar Fernandes Júnior aponta que o material composto com o reaproveitamento de RAP tem qualidade semelhante ao asfalto ‘virgem’. A iniciativa garante economia e preservação ao meio ambiente, visto que o material pedroso pode ser reaproveitado, poupando a exploração de novas pedreiras; bem como o reuso de ligantes na composição.

O professor frisa também que essa tecnologia é bastante aplicada em outros países e no Brasil precisava de investimento e viabilização do uso, práticas iniciadas pela Rota do Oeste com a implantação do laboratório e continuidade das pesquisas até a aplicação final. “É um trabalho já existente, mas que demanda estudo e pesquisa que demonstram a quantidade de RAP que pode ser incorporado na massa asfáltica, o tamanho das partículas a serem empregadas, entre outros elementos. E isso foi feito pela Concessionária, culminando na aplicação do material na rodovia”.