Setembro Amarelo: Conecte-se com quem precisa
O diálogo é a melhor forma de ajudar quem tem depressão
Amarelo é a cor deste mês e é um alerta para a prevenção ao suicídio. O dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção, mas a campanha “Setembro Amarelo” acontece durante todo o ano. A depressão é o transtorno mental que mais leva as pessoas a cometerem este ato. Neste caso, uma rede de apoio, formada pela família e amigos, é muito importante na recuperação, mas o tratamento médico é indispensável.
Provavelmente você já ouviu alguém dizer que depressão é sinônimo de frescura, drama, ou forma de chamar atenção. Mas é preciso entender que se trata de uma doença e, assim como as outras, precisa de tratamento (que neste caso, é feito junto a um(a) psicólogo(a) ou psiquiatra).
Mas como podemos ajudar quem precisa? Como identificar?
O médico especialista em Medicina do Exercício, George Lima, explica que o primeiro passo é perceber as pessoas que estão a nossa volta. “Na maioria dos casos a gente consegue ver que algo está errado. A pessoa pode aparentar estar mais desanimada, pode estar mais desleixada com a aparência ou até abandonando hábitos que gostava, como esportes por exemplo”, diz.
O médico pontua ainda que, quando alguém tem intenções de atentar contra a própria vida, ela dá sinais. “Eles são, na verdade, uma forma sutil de pedir ajuda. As vezes a fala vem em tom de brincadeira, dizendo que a vida não faz mais sentido, ou algo do tipo. Alguns concentram os assuntos apenas no passado porque não vêm o futuro como uma opção”.
Ele acrescenta que a melhor forma de saber se estes sinais representam, de fato, a doença, é se conectando com quem precisa. A orientação é tentar se aproximar, com respeito e sem julgamentos. “A pessoa com depressão precisa entender que existe uma rede de apoio e que você se aproximou para ajudar e não para julgar. Por isso, seja um bom ouvinte e, principalmente, incentive que ela procure ajuda médica, porque a gente pode dar apoio e conversar, mas o tratamento deve ser feito com um profissional”.
Veja algumas atitudes que fazem a diferença:
– O diálogo é essencial. Conversar sobre o assunto pode salvar vidas;
– Espere o momento apropriado para oferecer ajuda, evite constrangimentos;
– Se aproxime e pergunte, sem julgamentos;
– Lembre-a de que ela não está sozinha nisso;
– Se a pessoa não quer se abrir com você, procure pessoas próximas a ela para fazer isso, mas atenção: com cuidado para não expor ninguém;
– Quando for conversar, seja o ouvinte. Fale menos de você;
– Se ofereça como companhia para ir ao médico com ela;
– Não desmereça o sofrimento do outro;
– Se a pessoa tem indícios de que pode atentar contra a própria vida, não a deixe sozinha, nem próxima de itens como medicamentos, por exemplo;
– Chame para realizar atividades físicas ao ar livre;
– Ofereça ajuda para que a pessoa tenha uma alimentação saudável;
– Incentive que ela busque ajuda médica.
Onde procurar ajuda
– CVV (ligue 188);
– Site oficial “Setembro Amarelo” (aba ‘encontre ajuda’)